Ninguém nunca havia me olhado como você.
É um jeito esquisito, minhas bochechas ficam rosadas, perco o rumo do assunto, até você pegar na minha nuca e me chamar de qualquer apelidinho que faça juz aos meus 1,62 de altura. Daí eu volto pra Terra e continuo te amando como uma irmã caçula que fica feliz porque o irmão mais velho dividiu seu travesseiro no sofá da sala.
Eu te amo, de um jeito puro e sem maldade alguma, e por isso eu acho que posso dizer que você está tomando decisões definitivas por razões erradas.
Embora nossos avós dissessem que “o amor vem com o tempo”, eu não acho que seja bem assim. Talvez não da maneira que estejamos interpretando essa frase. E muito provavelmente não como nossos avós precisaram viver.
Não dá para construir uma casa sem tijolos, e não dá pra construir um amor sem uma paixão devastadora, daquelas que te coloca de joelhos diante da vida, derretido, torcendo pro mundo parar de girar um pouco.
Amor é a paz para o caos que a paixão nos traz.
E você, meu bem… Você é a fúria do caos, a paz de um dia de sol, a confusão de uma sopa de letrinhas. Seu coração sempre bateu no ritmo de um riff. Não aceite menos do que isso. Não contente-se com o que você acha que merece, pois você merece muito mais.
Nós dois somos filhos do impulso, flertamos com o acaso, abortamos planos em pról de saltar sem pára-quedas. Não deixe que sua razão faça uma escolha, que seu coração deve fazer.
E não importa o veredito, eu sempre estarei aqui para dividir o travesseiro do sofá da sala com você.